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28/06/2025 21:26:58
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LETÍCIA DOS SANTOS DE RIBAMAR - MATRÍCULA: 852699 ROBERTO GOMES DA SILVA - MATRÍCULA: 85166-3
JOÃO JEREMIAS FEITOSA NETO - MATRÍCULA: 852451-2
GEOVALDO LIMA PEREIRA - MATRÍCULA: 852435
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO
Imperatriz – MA
2025
LETÍCIA DOS SANTOS DE RIBAMAR - MATRÍCULA: 852699 ROBERTO GOMES DA SILVA - MATRÍCULA: 85166-3
JOÃO JEREMIAS FEITOSA NETO - MATRÍCULA: 852451-2
GEOVALDO LIMA PEREIRA - MATRÍCULA: 852435
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO
Atividade Prática, Trabalho de Conclusão de módulo, Curso de Formação Agente da Autoridade de Trânsito – 2025/1.
Imperatriz – MA
2025
1 INTRODUÇÃO
A crescente urbanização e o aumento da frota de veículos têm tornado o trânsito um espaço de intensas interações sociais, onde comportamentos inseguros frequentemente resultam em acidentes com sérias consequências. No Brasil, a violência no trânsito é uma das principais causas de morte, especialmente entre jovens, configurando-se como um grave problema de saúde pública. Diante desse cenário, a educação para o trânsito surge como ferramenta estratégica de promoção da cidadania, da segurança viária e da valorização da vida (Bianchi et al., 2021).
A abordagem educativa voltada ao trânsito deve estar ancorada em princípios de responsabilidade coletiva e formação cidadã, promovendo mudanças comportamentais sustentáveis e eficazes. A segurança no trânsito deve ser compreendida como uma construção social que exige a articulação entre políticas públicas, instituições educativas e envolvimento da sociedade civil. O autor defende que o comportamento seguro no trânsito é produto da conscientização e do exercício pleno da cidadania, sendo a educação o ponto de partida para essa transformação (Silva, 2021).
Como meio de informação, as escolas desempenham um papel fundamental nesse processo, uma vez que são espaços privilegiados para a formação de valores éticos e sociais. A inserção da temática da educação para o trânsito no currículo escolar, conforme preconizado pelo Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/1997), possibilita o desenvolvimento de condutas seguras desde a infância. Pinto e Costa (2022) ressaltam que práticas educativas lúdicas e contextualizadas nas séries iniciais são mais eficazes, pois promovem a internalização precoce de comportamentos preventivos.
Além do ambiente escolar, ações educativas em espaços comunitários e eventos de extensão universitária também se mostram eficazes. O projeto “Meu Primeiro Certificado UFPR”, aplicado durante a Feira de Profissões, alcançou milhares de estudantes com atividades interativas sobre segurança no trânsito, com destaque para o uso do cinto de segurança, o comportamento de pedestres e a recusa de caronas com motoristas alcoolizados. Esse tipo de intervenção evidencia como a educação, quando aliada à prática e ao contexto cotidiano, potencializa a transformação de atitudes (Bianchi et al., 2021).
Dessa forma, a presente pesquisa tem como objetivo analisar a importância da educação no trânsito na prevenção de acidentes, com ênfase na construção de uma cultura de respeito às normas e à vida. Esta pesquisa tem como objetivo apresentar a importância da educação no trânsito, e para o trânsito para a mitigação dos acidentes de trânsito por meio da educação e da conscientização de alunos e da população.
2 EPIDEMIOLOGIA DOS ACIDENTES DE TRÂNSITO NO BRASIL
A epidemiologia dos acidentes de trânsito (AT) no Brasil tem sido amplamente estudada devido à sua significativa contribuição para a morbimortalidade da população. Acidentes de trânsito (AT) são eventos imprevisíveis que envolvem veículos e pessoas em vias públicas, ocasionando danos físicos, emocionais e patrimoniais. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), os acidentes são eventos com elevados custos sociais e financeiros, exigindo resposta intersetorial efetiva para prevenção e controle.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,2 milhão de pessoas morrem anualmente em todo o mundo vítimas de AT, com aproximadamente 50 milhões de feridos. Esses números colocam os acidentes de trânsito entre as principais causas de morte, especialmente em países de baixa e média renda (Del Sarto & Gimeniz-Paschoal, 2020).
No contexto brasileiro, a situação é igualmente alarmante. O país ocupa o quinto lugar no ranking mundial de mortes por AT. Segundo Aquino et al. (2020), entre 2000 e 2016, foram registrados mais de 600 mil óbitos por acidentes de transporte terrestre, com tendência crescente em diversos municípios não capitais, revelando disparidades regionais na efetividade das políticas de prevenção.
A maior parte das vítimas é composta por homens jovens, com menos de 30 anos, muitos deles motociclistas. Um estudo realizado por Melo e Mendonça (2021) em Maringá (PR) mostrou que 85% das vítimas de acidentes não fatais eram do sexo masculino, e mais da metade pilotavam motocicletas.Esses dados são corroborados por Mendonça et al. (2021), que identificaram que a maioria dos pacientes internados por acidentes com moto são homens entre 18 e 25 anos, que utilizavam veículos de baixa cilindrada e apresentavam principalmente fraturas nos membros inferiores. Essa faixa etária representa uma população economicamente ativa, e os acidentes impactam diretamente a produtividade.
O estudo de Rios et al. (2019), com base em inquérito populacional na Bahia, demonstrou que motociclistas apresentam o dobro de risco de se envolverem em AT em relação a motoristas de automóveis. Além disso, são mais propensos a lesões, interrupção de atividades cotidianas e necessidade de atendimento emergencial. Outro dado relevante é o custo dos acidentes. Segundo Carvalho (2020), os prejuízos anuais chegam a R$ 50 bilhões no Brasil, incluindo despesas com internações, perda de produtividade, auxílios previdenciários e danos materiais. Esses custos evidenciam a necessidade urgente de intervenções mais efetivas.
Em termos de distribuição espacial, as áreas urbanas, especialmente regiões centrais e de grande circulação, concentram mais ocorrências. Melo e Mendonça (2021) identificaram que bairros centrais de Maringá, como Alvorada e Zona 7, têm maiores taxas de acidentes. Há também uma lacuna significativa na educação formal sobre segurança no trânsito. Conforme Del Sarto e Gimeniz-Paschoal (2020), ainda são escassos os estudos de pós-graduação que tratam do tema educação para o trânsito, apesar de sua importância comprovada na formação cidadã e na prevenção de acidentes.
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), instituído em 1997, representou um avanço normativo importante ao prever a integração dos municípios ao Sistema Nacional de Trânsito. No entanto, segundo Aquino et al. (2020), em 2018 mais de 3.900 municípios ainda não estavam integrados ao sistema, o que compromete a efetividade das ações locais de prevenção. Entre os fatores de risco para AT estão comportamentos imprudentes como excesso de velocidade, uso de substâncias psicoativas, não utilização de equipamentos de segurança, além de falhas estruturais nas vias e deficiências na fiscalização.
O aumento da frota de motocicletas, incentivado por financiamentos acessíveis, é outro fator crítico. Mendonça et al. (2021) relatam que muitas vítimas pilotavam motocicletas de baixa cilindrada adquiridas por consórcio, evidenciando uma mudança no perfil socioeconômico dos condutores. A desigualdade social também afeta a vulnerabilidade às lesões por AT. Pessoas com menor escolaridade e renda têm menos acesso à reabilitação e mais dificuldade para retomar suas atividades após um acidente.
A qualidade dos dados também interfere nas análises epidemiológicas. Silva et al. (2019) ressaltam a importância de identificar outliers em bases de dados de trânsito, pois valores discrepantes podem comprometer a acurácia das conclusões e a definição de políticas públicas. O Programa Vida no Trânsito, criado em 2010, foi uma tentativa de concentrar esforços na redução da violência no trânsito. No entanto, sua implementação tem sido limitada a grandes centros urbanos, o que deixa milhares de municípios com alta mortalidade sem suporte adequado.
A integração entre trânsito e segurança pública, como abordado por Vilas Bôas e Silva (2015), é uma estratégia essencial. O trânsito deve ser entendido como um espaço de convivência cidadã, onde o comportamento do condutor é elemento-chave na prevenção de desorganização do sistema. Estudos de distribuição temporal dos acidentes apontam que finais de semana e horários noturnos concentram maior número de ocorrências, muitas vezes associadas ao consumo de álcool. Isso destaca a importância de fiscalizações como a Lei Seca.
A adoção de tecnologias para monitoramento e fiscalização também pode contribuir para a redução de acidentes. No entanto, sua distribuição ainda é desigual, com ênfase em capitais. Em suma, a análise epidemiológica dos AT no Brasil revela um panorama preocupante, com altos índices de lesões e mortes evitáveis. A construção de um sistema viário mais seguro exige ações coordenadas entre governo, sociedade civil e setor privado.
3 A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NO/PARA O TRÂNSITO PARA A MITIGAÇÃO DE ACIDENTES
A educação para o trânsito constitui uma das estratégias mais eficazes para a construção de uma sociedade mais segura e cidadã. No Brasil, onde os índices de acidentes viários atingem níveis alarmantes, a formação consciente desde a infância é uma medida essencial para prevenir sinistros e salvar vidas (Fracassi; Almeida, 2020). De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,25 milhão de pessoas morrem anualmente em acidentes de trânsito, sendo que grande parte dessas vítimas são pedestres, ciclistas e motociclistas. Tais estatísticas revelam não apenas falhas na infraestrutura viária, mas também na formação cultural e comportamental dos usuários do trânsito (Queiroz et al., 2021).
Nesse cenário, a educação aparece como instrumento transformador, pois trata-se de um processo que vai além da mera assimilação de regras; ela promove a reflexão crítica e o desenvolvimento de valores como respeito, solidariedade e responsabilidade coletiva. Os acidentes de trânsito resultam não só de ações impulsivas, mas de escolhas fundamentadas por valores e crenças culturais. A educação para o trânsito deve, portanto, romper com a lógica da velocidade e do individualismo, promovendo uma cultura voltada para a mobilidade humana e sustentável (Nascimento, 2021).
Na prática escolar, iniciativas têm demonstrado sucesso ao integrar a temática do trânsito nos currículos desde os anos iniciais. Por meio de atividades lúdicas e pedagógicas, crianças aprendem sobre regras, sinais e comportamentos seguros, o que potencializa a formação de futuros condutores mais conscientes. A escola, nesse contexto, torna-se espaço privilegiado de socialização e conscientização. Além de ensinar conteúdos formais, ela promove valores e prepara os estudantes para a convivência urbana e o uso responsável do espaço público (Fracassi; Almeida, 2020).
É também dever do Estado garantir a permanência e eficácia dessas práticas educativas. Segundo o artigo 76 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a educação para o trânsito deve estar presente desde a educação infantil até o ensino superior, como medida preventiva e contínua (Nascimento, 2021). Contudo, a educação para o trânsito não pode se restringir ao ambiente escolar. Iniciativas como projetos de extensão universitária têm demonstrado o impacto positivo da articulação entre instituições de ensino superior e a comunidade, ao levar conhecimentos e práticas educativas para diferentes faixas etárias e contextos sociais (Santos Júnior et al., 2019).
A inclusão de conteúdos relacionados ao trânsito nos programas educacionais é também um meio de democratizar o espaço urbano. Afinal, o trânsito é um palco de relações sociais, onde se expressam desigualdades, conflitos e, potencialmente, solidariedades. Não se trata apenas de formar bons motoristas, mas de formar cidadãos conscientes do papel que desempenham na segurança e bem-estar coletivo. O respeito ao outro no trânsito começa com a valorização da vida e o entendimento de que todos têm o direito à mobilidade segura (Melo; Souza, 2021).
É fundamental ainda abordar os impactos do trânsito na saúde pública. Os acidentes resultam não só em mortes, mas em incapacidades permanentes, traumas emocionais e sobrecarga nos sistemas de saúde. Logo, a educação preventiva contribui para reduzir custos sociais e humanos. Além disso, políticas públicas devem ser formuladas com base em dados concretos sobre a realidade do trânsito local, e essas ações devem contemplar aspectos de engenharia, fiscalização e, sobretudo, educação (Faria; Braga, 1999; Nascimento, 2021).
Experiências em diversas regiões do Brasil mostram que a combinação de educação e ações intersetoriais envolvendo escolas, universidades, sindicatos e órgãos de trânsito produz efeitos duradouros e efetivos na redução da violência viária (Queiroz et al., 2021). Também é preciso reconhecer a importância da família como núcleo formador. Os comportamentos no trânsito são frequentemente aprendidos pelo exemplo. Pais que desrespeitam regras tendem a influenciar negativamente seus filhos, perpetuando uma cultura de risco (Melo; Souza, 2021).
A transformação dessa cultura exige, portanto, um compromisso coletivo, envolvendo governos, escolas, famílias e a sociedade como um todo. A educação para o trânsito deve ser vista como um direito de todos e uma obrigação compartilhada (Pinto; Cunha, 2013). É preciso avançar no desenvolvimento de metodologias ativas e participativas, capazes de despertar nos indivíduos uma postura crítica frente à realidade do trânsito e o desejo de transformá-la (Santos Junior et al., 2019).
O uso de materiais lúdicos, simulações, jogos e discussões em grupo favorece a aprendizagem significativa, permitindo que crianças e adolescentes internalizem os princípios do convívio harmônico no trânsito. Para além da sala de aula, campanhas educativas nas mídias, parcerias com autoescolas e ações em espaços públicos reforçam a mensagem da educação para o trânsito e ampliam seu alcance (Nascimento, 2021). A educação para o trânsito precisa ser contínua, integrada às políticas públicas de mobilidade urbana e entendida como um investimento no futuro. É somente por meio da formação cidadã que poderemos, de fato, transformar o trânsito em um espaço de convivência segura, solidária e democrática (Queiroz et al., 2021).
4 AÇÕES DE EDUCAÇÃO NO/PARA O TRÂNSITO EM IMPERATRIZ, MARANHÃO
Em 2024 no município de Imperatriz, no estado do Maranhão, foram realizadas importantes ações de educação no e para o trânsito pela Superintendência de Trânsito e Transporte (SUTRAN), promovendo a conscientização e o engajamento da comunidade sobre a importância de um comportamento seguro nas vias urbanas. As atividades foram desenvolvidas em espaços públicos, com participação ativa de agentes educadores, estudantes e moradores locais, e tinham como objetivo central a formação de uma cultura de paz e responsabilidade no trânsito.
As imagens registram momentos significativos dessas ações (Figura 1), como a mobilização de crianças e adolescentes em dinâmicas educativas, distribuição de materiais informativos e orientações práticas feitas por profissionais e voluntários engajados na causa da segurança viária. É possível observar faixas temáticas, cartazes, fantasias e atividades lúdicas que foram estrategicamente utilizadas para atrair a atenção do público e transmitir mensagens de forma clara e acessível.
Figura 1. Ação educativa "Travessia Segura”.
Fonte: Instagram da Superintendência de Trânsito e Transporte (SUTRAN, 2024).
Um dos principais focos das atividades foi o público infantil (Figura 2), reconhecendo que a educação para o trânsito deve começar desde os primeiros anos de vida. Crianças foram orientadas sobre como atravessar a rua com segurança, a importância do uso do cinto de segurança, o respeito à sinalização e o papel de cada um na preservação da vida no trânsito. A ludicidade se destacou como ferramenta pedagógica, com uso de fantoches, encenações, jogos e até miniaturas de elementos urbanos.
Figura 2. Ações de educação para o trânsito em escolas da rede municipal de educação em Imperatriz, Maranhão.
Fonte: Instagram da Superintendência de Trânsito e Transporte (SUTRAN, 2024).
Além do público infantil, adultos e condutores também foram envolvidos nas ações (Figura 2), educadores abordaram motoristas com mensagens educativas e lembranças simbólicas que reforçavam atitudes seguras, como não usar o celular ao volante, respeitar os limites de velocidade e dar preferência ao pedestre. A participação de agentes de trânsito reforçou a legitimidade das orientações, aproximando a fiscalização da comunidade por meio do diálogo e da empatia.
Figura 3. Ação educativa "Pé na faixa".
Fonte: Instagram da Superintendência de Trânsito e Transporte (SUTRAN, 2024).
O caráter intersetorial e comunitário dessas ações também merece destaque. A união entre escolas, órgãos de trânsito, secretarias municipais, instituições de ensino superior e organizações da sociedade civil tornou a mobilização mais abrangente e eficaz. Essa articulação mostra que a transformação no trânsito é responsabilidade coletiva, e que pequenas ações educativas geram impactos duradouros.
As atividades contribuíram para informar, e também para sensibilizar, a vivência prática da cidadania no trânsito por meio de simulações, dramatizações e interação com os educadores favoreceu o desenvolvimento de atitudes empáticas e preventivas, fundamentais para a construção de uma mobilidade mais humana e segura. A cidade de Imperatriz, ao promover essas ações, dá um exemplo de como é possível unir educação e cidadania em favor da vida.
A educação para o trânsito não deve ser pontual, mas contínua, renovada e adaptada aos diferentes públicos. A formação de novos hábitos depende do reforço constante de valores, do estímulo à reflexão e do envolvimento comunitário. A valorização da vida e do bem comum deve ser o princípio norteador de todas as políticas públicas de trânsito. Nesse sentido, as ações educativas desenvolvidas em Imperatriz cumprem um papel essencial na consolidação de uma cultura de respeito e corresponsabilidade no espaço urbano.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As ações de educação no e para o trânsito realizadas em Imperatriz, Maranhão, demonstraram a importância da educação no trânsito, e para o trânsito para a mitigação dos acidentes de trânsito por meio da educação e da conscientização de alunos e da população. As iniciativas envolveram múltiplos atores sociais crianças, educadores, agentes públicos e a população em geral promovendo uma reflexão sobre os comportamentos cotidianos nas vias urbanas e a importância do respeito mútuo no espaço público. Essas atividades reforçaram o entendimento de que o trânsito é um espaço de convivência coletiva e, portanto, demanda corresponsabilidade, empatia e formação contínua dos seus usuários.
A educação para o trânsito, como apontam os estudos analisados, deve ser compreendida como um processo formativo essencial e permanente, que ultrapassa a simples assimilação de regras. Ela está relacionada à construção de valores éticos, à percepção do outro e à valorização da vida. Educar para o trânsito é também educar para a convivência em sociedade e para o exercício da cidadania. A experiência em Imperatriz evidencia que ações educativas desenvolvidas de forma lúdica, participativa e intersetorial têm alto potencial de impacto, especialmente entre crianças e adolescentes.
Ao integrar escolas, órgãos públicos e comunidade, essas iniciativas contribuem para internalizar comportamentos seguros desde a infância, colaborando para a formação de futuros condutores mais conscientes. Além disso, é importante ressaltar que campanhas educativas, por mais significativas que sejam, não devem ocorrer de forma pontual e isolada. É imprescindível que haja uma política pública estruturada de educação para o trânsito, com investimentos contínuos em formação docente, materiais didáticos, projetos escolares e articulação com os demais setores da mobilidade urbana.
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